Garotas foram jogadas de penhasco com mais de cinco metros de altura
O delegado da Polícia Civil de Castelo do Piauí, Laércio Evangelista, afirmou em entrevista ao G1 que o crime contra as quatro adolescentes ocorrido na noite da quarta-feira (27) foi "cruel e muito bárbaro". De acordo com ele, as garotas sofreram várias agressões e ainda foram arremessadas do alto de um penhasco com mais de cinco metros de altura.
"Foi um crime muito bárbaro e cruel. Eles cortaram os pulsos das meninas, furaram mamilos e olhos e depois ainda as arremessaram de cima de um morro", disse o delegado. Segundo ele, as garotas ainda foram amarradas antes de sofrerem a violência sexual.
De acordo com a polícia, cinco homens participaram do crime. Quatro deles, todos menores de idade, já foram apreendidos e conduzidos para a delegacia da cidade de Campo Maior, a 78 Km de Teresina. Um outro suspeito ainda está foragido e a polícia realiza buscas na região para tentar prendê-lo.
Estado grave
Segundo ele, a própria polícia encontrou as adolescentes. As jovens foram levadas para o hospital da cidade e logo depois transferidas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). De acordo com a direção do hospital, são duas garotas de 17 anos, uma de 16 e outra de apenas 15 anos.
Conforme boletim médico divulgado pelo hospital às 12h, uma das adolescentes está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela teve traumatismo craniano e chegou a perder parte da orelha. A garota também apresenta sangramento na barriga e os médicos tentam controlar a hemorragia.
Ainda de acordo com o boletim, outra garota sofreu afundamento da face do lado direito e também passou por cirurgia no pescoço. A adolescente que teve múltiplas lesões no couro cabeludo e ainda por todo o corpo está sob efeito de analgésico.
A única das garotas consciente ainda fala pouco e será transferida para um hospital particular por decisão da família.
"O estado em que essas meninas chegaram aqui nos assustou bastante. Todas foram vítimas de muitas lesões. Uma delas ainda está na UTI porque teve traumatismo craniano. Uma das meninas chegou a ficar com a face desfigurada", relatou o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque.
Trabalho dos peritos
Cerca de dez peritos do Instituto Médico Legal (IML) foram ao Hospital de Urgência de Teresina para realizar exames. Segundo o diretor do IML, Antônio Nunes, material genético foi encontrado nas unhas das garotas, o que para ele indica que as vítimas lutaram com os agressores.
"Ainda não temos como precisar qual o instrumento usado nas agressões. Pode ter sido paus, pedras ou só socos. Há possibilidade de elas terem sido arrastadas antes de serem jogadas ou que tenham sido agredidas em um outro local e depois jogadas. Mas nós temos constatações graves, sendo que uma das adolescentes possui lesões sérias internada na UTI. Seguramente as meninas sofreram muito nas mãos dos suspeitos", explicou.
Revoltados com a brutalidade do crime, moradores de Castelo do Piauí protestaram na frente da delegacia da cidade. Os protestos continuaram nesta quinta-feira (28). De acordo com o delegado Laércio Evangelista, a população cobra justiça.
"A população está em alvoroço cobrando justiça em frente à delegacia", disse o delegado. Segundo ele, os quatro menores apreendidos são conhecidos na cidade e já possuem diversas passagens pela polícia. O outro foragido é um ex-presidiário.
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